FEVEREIRO, MÊS DE ANIVERSÁRIO

No dia 04/02/1988 o SISDF recebeu sua Carta Sindical e, desde então, tem lutado incansavelmente em prol dos trabalhadores na área secretarial aqui no Distrito Federal. Muitas foram e ainda são as dificuldades, histórias, mas também conquistas como a assinatura de mais de uma centena de convenções coletivas com diversos segmentos, embora, na maioria das vezes, a categoria não compreenda a importância desse ato e não reconheça e valorize o feito.

Hoje, uma grande parte dos secretários que estão na ativa começaram suas vidas profissionais após a lei de regulamentação e criação dos sindicatos da categoria e não têm ideia do que é trabalhar sem “ser” profissão e sem uma organização representativa que defende seus direitos e trabalha pela sua valorização, respeito e reconhecimento.

Apesar das inúmeras tentativas de conscientização, ao longo desses anos, sobre a dimensão dos ganhos obtidos com o trabalho feito pelo SISDF, muitos profissionais secretários agem como se o sindicato fosse inimigo e não percebem a importância de prover sua subsistência. Não entendem que as perdas, caso a entidade deixe de existir, atingirão à coletividade dos trabalhadores de secretariado.

Conquistas como a cobrança do exercício da atividade somente dos devidamente habilitados na área (prerrogativa de conselho); maiores pisos salariais para técnicos, executivos e executivos bilíngues, principalmente no segmento da terceirização; auxílio alimentação com valores acima do mercado; direito aos planos de saúde e odontológico num valor linear abaixo do que é oferecido pela maioria das operadoras e com direito a incluir dependentes; homologação de rescisão contratual assistida (não mais obrigatória), perderão a validade.

Alguns, ao trazer a carta de oposição à contribuição assistencial, fazem-no com tamanha satisfação como se estivessem entregando um troféu. Não percebem que estão se opondo contra si mesmo, o chamado “tiro no pé”.

Pessoas que se esqueceram do quanto já precisaram da entidade e tratam os que trabalham por eles, como se fossem adversários. Não compreendem, nem mesmo, que a liberação por parte da empresa, para virem ao sindicato, ou até o incentivo para a entrega da carta, é benéfica somente aos patrões. Esquecem que quando precisam ir a uma consulta ou acompanhar filhos, cônjuges ou pais a um médico não são liberados e que para isso se apoiam nos direitos obtidos pela CCT para não ter as horas de ausência descontadas.

Nesses 32 anos de existência, são muitas histórias a contar: como a de um casal com um filho doente (ela secretária), precisando de um plano de saúde porque não estavam conseguindo atendimento pelo SUS quando o bebê corria risco de vida. Chegaram ao sindicato chorando desesperados e, com muita dificuldade, uma das nossas diretoras conseguiu que a Operadora incluísse a criança no benefício, embora fora do prazo. Passados os anos, a trabalhadora, hoje prestadora de serviço terceirizada, ganhando um bom salário e acreditando não mais precisar dos préstimos da entidade, além de se desligar, vem arrogantemente (desconhecendo até mesmo quem muito a ajudou) fazer oposição ao desconto da taxa assistencial. Manter a entidade por quê? Fica a reflexão!

Alguns vão dizer que, tanto se desfiliar como se opor, é um direito que lhes cabe e sabemos disso. Mas são atitudes assim que nos fazem pensar em dar somente a assistência coletiva e não mais “pegar na mão” para resolver as questões pessoais.